O livro possui pontos de abordagem do sistema judiciário, que devidamente articulados pelo autor levam o leitor a um estado de confusão, os quais devem ser individualizados para a compreensão do texto e sua mensagem.
1º - a escolha do crime de denunciação caluniosa, ponto fraco do conjunto do direito e processo penal, eis que um inocente pode ser preso e até condenado, se o sistema não for sólido e eficiente para detectar o erro.
2º - a existência de um estado que orbita dentro do estado. K. não estava sendo processado pela Justiça ordinária comum, mas vítima de uma “organização” interna, que se aproveitava dos recursos e instalações da Justiça.
3º - o método da organização implicava na destruição da vida financeira dos acusados, tendo como consequência a destruição da higidez psicológica, vida profissional e familiar daqueles.
4º - No romance a defesa não era suficiente nem eficiente no patrocínio dos acusados, que percebiam a necessidade de contratar cada vez mais defensores, eis que se sentiam desprotegidos. 5º - Kafka no capítulo 'O promotor público', deixa claro que a Justiça era integrada por juízes, promotores, advogados e servidores íntegros e dedicados à causa, com isso, a organização descrita ao longo do romance caracterizava um desvirtuamento do sistema, uma pequena parcela daquele universo.
6º - Extrai-se de diversos trechos do romance que a sociedade deve pensar permanentemente no aprimoramento do sistema judiciário, pois quem está dentro do sistema não tem liberdade para a efetivação das mudanças necessárias.