A proposta do presente GT objetiva explorar as potencialidades da intersecção do DIREITO com a
LITERATURA, podendo ter incursões por meio da Filosofia. A dinâmica das relações sociais nos
seus mais variados aspectos e a trajetória das sociedades desde seus primórdios, expõe as limitações
dos sistemas jurídicos, desenvolvidos, em tese, não somente para solucionar conflitos, mas também
para regular os modos de convivência no ambiente coletivo, desde o núcleo familiar até sociedade
global. As conexões entre o Direito e a Literatura, expostas em inúmeras criações literárias que ao
longo dos tempos abordaram questões jurídicas e seus efeitos na sociedade, devem ser mais
exploradas, inclusive por seu potencial de transformação social, podendo contribuir para a
construção de uma sociedade mais justa, para a melhoria das leis, para o desenvolvimento de
habilidades dos atores da Justiça e dos intérpretes do Direito, sendo, portanto, um instrumento
poderoso. A Literatura possibilita discussões, reflexões, fomentando a criação de alternativas de
futuro e transformações. Ela trata a forma de ser-no-mundo do homem. A liberdade do artista
propicia uma riqueza na análise do resultado e efeito das regras jurídicas nas relações sociais, de
alcance maior do que os próprios estudos realizados por juristas, limitados pelos aspectos técnicos.
São variadas as óticas estudadas da relação do Direito com a Literatura, como a realizada por Bodo
Pieroth, em RECHT und Literatur (Beck, 2015), que analisa obras desde Friedrich Schiller até
Martin Walser, abordando, dentre outros, enfoques sobre o Estado, poder, Justiça, validade do Direito na guerra ou mesmo no confronto entre pessoas economicamente menos favorecida e ricos; ainda como o juiz encontra a verdade.